RePense

Projeto da Seprev possibilita atendimento psicossocial e jurídico aos acusados de violência doméstica

“RePense” busca, através de reuniões, palestras e atividades em grupo, encerrar o ciclo de violência e prevenir casos de reincidência

Everton Dimoni

sexta, 18 de novembro de 2022 às 09h20

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Vitor Beltrão

Texto de Everton Dimoni

Fotos de Vítor Beltrão

Promover o atendimento psicossocial e educacional a homens acusados de violência doméstica e familiar pode parecer uma proposta contraintuitiva, mas tem sido uma alternativa bem-sucedida na redução dos casos de reincidência relacionados a esse tipo de violência contra a mulher.

O projeto intitulado “RePense” é uma iniciativa do Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), que propõe a ressignificação do comportamento de homens acusados de violência, bem como reflexões acerca do seu papel dentro da família e na relação conjugal. O programa acontece em parceria com o Ministério Público Estadual (MPE), Defensoria Pública Estadual (DPE) e Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL).

Larissa Coutinho, técnica jurídica da Casa de Direitos de Maceió, explica que o “RePense” busca a reeducação dos acusados, capaz de promover o reconhecimento de que são responsáveis pelos atos violentos e incentivar o pensamento de mudança.

“É um grupo reflexivo que congrega homens que figuram como réus agressores nos processos que tramitam no Juizado de Violência Doméstica. Através de reuniões e palestras, buscamos dar um basta a esse ciclo de violência que tanto assusta a sociedade, mostrando aos agressores novos valores para que a violência nunca mais volte a ocorrer em seus lares”, afirma.

A psicóloga da Casa de Direitos, Carolline Vieira, que modera as reuniões, fala que existem diversos estudos sobre intervenções com mulheres e evidencia a importância de iniciativas interventivas direcionadas ao homem autor de violência.

“Na maioria das vezes os agressores são pessoas que passaram por experiências adversas na infância ou adolescência, que não tiveram assistência familiar, entre outras motivações. Por isso a gente busca escutá-los, fazê-los repensar e ressignificar o seu papel dentro da família e da sociedade, minimizando o aspecto machista e a cultura de violência contra mulher”, explica.

O juiz auxiliar do Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher do TJ/AL, Dr. Cleber Rocha, também acompanha os encontros e se diz satisfeito com os resultados positivos alcançados com o “RePense”.

“Observamos que poucos dos que participam do programa voltam a praticar atos de violência. O resultado tem sido muito positivo graças ao esforço conjunto da equipe, que é muito competente e que tem acompanhado de perto essas pessoas. É um trabalho feito com várias mãos, o que explica o sucesso do RePense”.


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